Perfil do consorciado aponta consumidor com mais de 40 anos, casado e pertencente às classes C e B
Com 40% de participação, mulheres aumentam presença na modalidade de autofinanciamento
A mais recente pesquisa realizada pela ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, por intermédio da Quorum Brasil, junto a consorciados e potenciais consorciados, revelou que os participantes do Sistema de Consórcios, que optaram por adquirir bens ou contratar serviços, demonstram maior conhecimento sobre a essência da Educação Financeira.
Os resultados obtidos com 1.400 entrevistados, sendo 1.100 consorciados ativos e 300 potenciais consorciados, em oito cidades - São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Salvador, Goiânia e Belém, revelaram que, dos participantes ativos consultados, 60% são do sexo masculino, 57% estão acima dos 40 anos, sendo que 72% são casados, 42% com filhos menores de 19 anos. A maioria (70%) pertence às classes sociais B (26%) e C (44%), cuja renda familiar varia de 4 a 20 salários mínimos, dentro do critério do IBGE (ver gráficos abaixo).
"Apesar da crise econômica, maior presença está ainda na Classe C, a exemplo do que ocorre em quase todos os segmentos da economia, mantendo-se expressiva nos consórcios. Ela só não é maior em razão da migração de parte para as classes B e D", diz Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. (ver quadros a seguir)
Citado por 60% dos consorciados ativos entrevistados como uma forma de investimento, e pelos demais 40% como meio de aquisição de um bem, o levantamento sugeriu evolução do perfil, tornando mais significativa e forte a imagem de planejador. Na pesquisa anterior, feita em 2014, de forma inversa, os resultados mostravam 51% pensando em meio de aquisição e 49% em investimento.
Nos 300 potenciais ouvidos, houve crescimento de 34% para 48% entre os que apontaram consórcio como investimento. Na opção "meio para adquirir um bem", houve redução de 66% para 52%. (abaixo dois gráficos ilustrativos)
Em paralelo, as múltiplas respostas dos entrevistados, quanto aos tipos de investimento de futuro conhecidos entre consorciados, indicaram a liderança dos imóveis com 44% mesmo com a retração de seis pontos porcentuais. Em 2014, eram 50%.
Os consórcios ficaram em segundo lugar com 42%, ao registrar crescimento de nove pontos porcentuais em relação à pesquisa anterior (2014) quando tinham 33%.
Na sequência, com 31%, estiveram a poupança e a previdência privada. Essas indicações tinham anteriormente 49% e 16%, respectivamente. (veja abaixo)
"Após análise, observa-se que os resultados apenas confirmam a casa própria como maior sonho, meta principal dentro da cultura do brasileiro", explica Rossi. "Todavia, a modalidade consórcio, apontada em segundo lugar, além de alternativa é também um meio para concretização daquele objetivo, além de realizar outros sonhos de consumo e possibilitar a formação ou ampliação de patrimônios pessoal, familiar ou empresarial", complementa.
Para reforçar o conceito de planejamento, ao responder a questão "Planejou a compra do consórcio?", na média setorial 69% dos consultados afirmaram dizendo sim. Por segmento, onde os consórcios estão presentes, a variação positiva foi de 57% a 78%. (veja a seguir)
Ainda na pesquisa realizada junto a 300 potenciais consorciados, dos quais 50% eram do sexo masculino e 50% do feminino, as múltiplas respostas demonstraram que 60% pretendiam adquirir imóveis no futuro e 45% focavam em automóveis.
Ao serem questionados sobre o grau de intenção existente para a concretização de seus objetivos por meio dos consórcios, em escala de 1 a 10, a média para o imóvel foi de 6,46, enquanto no automóvel ficou em 6,25. (veja no gráfico abaixo)
PRESENÇA FEMININA AUMENTA
Na análise feita no final do ano passado, os dados da Quorum evidenciaram aumento da presença feminina no Sistema de Consórcios. Se em 2014 era de 36%, agora, com mais quatros pontos porcentuais, atingiu 40%.
"Levantamento recente divulgado na imprensa apontou que quatro a cada dez brasileiros adultos já possuem um negócio ou estão envolvidos com a criação de uma empresa. Essa evolução na modalidade pode ser explicada pelo espírito empreendedor, no qual a mulher brasileira se destaca. Elas enfrentam riscos e montam negócios próprios cinco vezes mais que os homens. Outra razão está na ampliação de 5,3% da renda pessoal, em 2014. Na média nacional dos rendimentos masculinos, houve queda 0,2%, segundo o IBGE", diz Rossi.
Há ainda o objetivo que reforça o avanço, a volta aos estudos com foco no crescimento profissional. Dos 70 mil retornos aos bancos escolares públicos no estado de São Paulo, 61% foram femininos e 39% masculinos. (veja no próximo gráfico)
RESULTADOS DA PESQUISA POSSIBILITAM MUDANÇAS DE ESTRATÉGIA NO SEGMENTO
O crescimento do Sistema de Consórcios nos últimos anos, inclusive com recordes de participantes ativos batidos seguidamente, destacou consumidores mais maduros, atentos e conscientes quanto a essência da educação financeira. Pode-se concluir que eles vêm administrando melhor suas finanças pessoais, substituindo a compra por impulso pelo planejamento financeiro, utilizando mais as redes sociais (veja gráfico a seguir) e planejando melhor o futuro. Como consequência, analisam de forma comparativa as opções disponíveis no mercado quando pretendem adquirir bem móvel ou imóvel ou contratar serviço de qualquer natureza com custos mais baixos.
"As pesquisas, realizadas periodicamente pela ABAC, têm possibilitado às administradoras de consórcios atualizarem suas estratégias com implementação de novas ações e formatos em grupos de consorciados. Ao utilizar meios de comunicação diferenciados, atingem o mercado consumidor de maneira objetiva, com fortalecimento da mensagem do planejamento financeiro e do consumo responsável", finaliza o presidente da entidade.
BALANÇO DO SISTEMA DE CONSÓRCIOS EM 2015 REGISTROU CRESCIMENTO DE 13,9% SOBRE 2014
Ao fechar os dados relativos a 2015, o Sistema de Consórcios registrou crescimento de 13,9% em negócios realizados sobre 2014. Apesar das dificuldades econômicas, a modalidade genuinamente brasileira revelou-se importante para manutenção dos objetivos de consumidores, famílias e empresas.
Com R$ 89,61 bilhões totalizados em dezembro último, acima dos R$ 78,68 bilhões de um ano antes, os consórcios estiveram na contramão da economia durante os doze meses.
De janeiro a dezembro do ano passado, o acumulado das novas adesões atingiu 2,40 milhões, 2,1% mais que 2,35 milhões do mesmo período de 2014.
Com 7,17 milhões de consorciados ativos contabilizados no fechamento do balanço anual, 1,4% mais que os 7,07 milhões de dezembro de 2014, o Sistema de Consórcios confirmou poder ser boa opção para os que, cientes da essência da educação financeira, desejem manter seu nível de qualidade de vida, adquirindo bens ou contratando serviços, sem endividamentos em compromissos de longo prazo.
No acumulado de contemplações, os consórcios anotaram alta de 3,7%, subindo de 1,36 milhão (jan-dez/2014) para 1,41 milhão (jan-dez/2015). Foram disponibilizados R$ 40,94 bilhões (jan-dez/2015) ao mercado consumidor, 8,3% mais que os R$ 37,79 bilhões (jan-dez/2014) anteriores, contribuindo com os diversos elos da cadeia produtiva.
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